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A SELIC E COMO ELA AFETA A SUA VIDA

Ela foi criada em um período em que a economia brasileira enfrentava um cenário de hiperinflação

08/10/2022 às 09h59 Atualizada em 19/10/2022 às 13h46
Por: Redação 4
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Foto: Divulgação
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Por Luciana Vieira G Z Coelho

A Selic foi criada em 1979, pela Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto) e pelo Banco Central, com o intuito de tornar a negociação de títulos públicos mais segura e transparente. Essa taxa representa a taxa básica de juros da economia. Ela foi criada em um período em que a economia brasileira enfrentava um cenário de hiperinflação. Podemos dizer que um de seus objetivos é ser ferramenta de controle da inflação: qualquer mudança que o COPOM fizer na taxa resultará em uma alta ou queda da inflação.

Bom, eu nasci na década de 70 quando chegamos a ter uma inflação de cerca de 29 a 30% ao ano e na década de 80, que muitos chamam de década perdida, quando tivemos o fenômeno da hiperinflação. Um momento que tivemos inflação na casa dos 1500% ao ano, até que no início da década de 90 e por volta de 93 chegou a 2700%. Quem é da minha geração ou de anteriores sabe bem o que estou falando e deve-se lembrar.

Naquela época, os preços dos produtos e serviços aumentavam de forma descontrolada.  Por exemplo, se você fosse ao supermercado pela manhã o preço dos produtos era um, depois do almoço outro e assim por diante.

O que aconteceu nestes anos é o que chamamos de  hiperinflação  ela corroía o poder de compra do dinheiro, provocava recessão e desvalorização da moeda. 

Para contextualizar vou entrar um pouco mais na economia do nosso país:

Em 1º de julho de 1994, entrava em vigor o Real, moeda que pôs fim à hiperinflação que assolou a população brasileira nos 15 anos antes e veja como ficou a inflação nesta transição:

No primeiro semestre de 1994 a inflação totalizou 757%, ou seja, de 43% ao mês e nos seis meses seguintes da criação do Real, o índice desabou para 18,6%, média de 2,9% ao mês.

Nesta transição foi criada uma quase-moeda, a URV que funcionava como uma unidade de troca, que alinhava os preços de produtos a uma média de índices de inflação daquela época. Ficou em vigor por cerca de quatro meses, se não me engano de março a junho de 1994, a URV na prática, promoveu a dolarização da economia sem de fato, abrir mão da nossa moeda.

No momento que o Real entrou em vigor, o valor de cada URV estava cotado a 2.750 cruzeiros reais, em vigor até o dia anterior do início do Real.

Como cada URV valia um dólar, o real iniciou também cotado a um dólar, daí vem o termo muito conhecido de 1 para 1.

Agora em 2022 segundo o IBGE o Brasil teve deflação de -0,68% em julho que foi a menor taxa já registradas pelo IPCA que é o índice utilizado para medir a inflação atualmente, desde o início da série histórica na década de 80.

Voltando a SELIC é muito importante entender o conceito para compreender o porquê da existência desta taxa, então vamos lá:

Entre 1º de julho de 1996 a 4 de março de 1999, a taxa básica para definição de todas as demais taxas de juros da economia brasileira era a TBC (Taxa Básica do Banco Central), determinada mensalmente pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil. A partir de 2 de janeiro de 1998, essas taxas passaram a ser fixadas na expressão anual. Após 5 de março de 1999, com a extinção da TBC, o Copom passou a divulgar a meta para a taxa Selic, estabelecida periodicamente para fins de política monetária. Na primeira reunião do então presidente do Banco Central do Brasil -  Armínio Fraga, foi determinada que a SELIC passaria a ser a única taxa a sinalizar os juros para toda a economia dali por diante.

Nascia então o Sistema de Metas de Inflação que seriam perseguidas com as políticas monetária e fiscal que são usados atualmente.

Em maio de 2012, O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu baixar os juros de 9% para 8,5% ao ano que foi até aquele momento a menor taxa histórica.

Mas de fato, a menor taxa Selic da história mesmo, aconteceu entre agosto de 2020 e março de 2021, quando o índice ficou na casa dos 2% ao ano e atualmente depois de várias altas consecutivas de lá para cá, com intuito de conter a inflação, em setembro de 2022 a Selic está a mesma de dezembro de 2016, ou seja, 13,75% ao ano.

E você sabia que quando a SELIC baixa há uma redução do tamanho da dívida do governo? Acontece que quase 40% da dívida total do governo é corrigida pela Selic. Com juros mais baixos, o governo paga menos juros e gasta menos. Por fim, juros mais baixos podem (não é regra) representar prestações do crediário mais suaves para o consumidor. Isso favorece o consumo, pois ao venderem mais, as empresas produzem mais e contratam mais mão de obra e dessa forma, a economia fica mais aquecida. 

Subir a SELIC é uma das formas de conter a inflação, mas por outro lado isso também pode travar a economia, ou seja, um remédio amargo, mas necessário, lembrando que a dose não pode ser contínua, tem seus efeitos colaterais.

A SELIC regula aspectos como a quantidade de dinheiro em circulação na economia e, por consequência, a rentabilidade de investimentos, os juros cobrados na concessão de crédito e o consumo por parte da população por isso quando o índice é elevado ela auxilia na contenção da inflação.

Então dada sua importância, a cada 45 dias o Comitê de Política Monetária (Copom), vinculado ao Banco Central, se reúne para definir se mantém ou altera a meta anual para a Selic. 

Então vamos para a prática, no que a SELIC afeta?

No crédito – empréstimos ficam mais caros, ou seja, de acordo com esta taxa você tomador de crédito vai pagar mais ou menos juros.

No consumo – Crédito e consumo andam lado a lado. Quando os empréstimos e financiamentos ficam mais caros, naturalmente o nível de consumo tende a diminuir.

Impacto nos investimentos: os investimentos mais conservadores ficam mais atrativos, fica mais tranquilo investir o seu dinheiro sem correr muitos riscos

Atualmente na prática o COPOM parece que está entendendo que a economia está crescendo mais do esperado, mas isso não é tudo. A manutenção ou não, de medidas fiscais que afetam a inflação, por exemplo a redução do ICMS de combustíveis, entre outras medidas, afetarão na prática para onde a inflação caminhará daqui por diante.

Em resumo, o mercado financeiro de uma certa forma interpretou um viés de baixa daqui por diante e as taxas dos títulos do tesouro já vinham oscilando em queda desde a penúltima reunião do mês anterior.

 Então, será que o ciclo de altas da SELIC acabou? A próxima reunião do COPOM vai acontecer nos dias 25 e 26 de outubro de 2022, siga a gente em nosso canal que vamos te manter informado.

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