Guilherme Abraão
Aos 36 anos, na madrugada do dia 19 de janeiro de 1982, Elis Regina foi encontrada no chão do quarto do seu apartamento no bairro dos Jardins, em São Paulo, por Samuel MacDowell, seu namorado. Ele arrombou a porta e tentou socorrê-la, vítima de uma overdose, a cantora chegou sem vida ao hospital.
O Brasil chorou incrédulo com a morte precoce daquela que já era a maior cantora do país, e para muitos continua sendo!
Nascida na capital gaúcha, em 17 de março de 1945, com nome de Elis Regina de Carvalho Costa. Aos onze anos começa a cantar no programa "No Clube do Guri", na Rádio Farroupilha, que tinha como apresentador Ari Rego. Em 1960 é contratada pela Rádio Gaúcha. Naquele mesmo ano foi eleita a “Melhor Cantora do Rádio”. Já em 1961, com 16 anos, mudou-se para a efervescente Rio de Janeiro, na capital do samba lança "Viva a Brotolândia", seu primeiro disco.
Das apresentações, em especial no TV, Elis cria os gestos que se tornaram sua marca registrada: levantava os braços e girava-os enquanto cantava e sua voz marcava o ritmo. No Rio, eram frequentes suas apresentações no "Beco das Garrafas", reduto da Bossa Nova, Elis ganhou admiração e respeito dos frequentadores das casas noturnas da Rua Duvivier, em Copacabana. Muitos outros artistas e cantores ganharam a vida e fama naquele pedaço disputado da boemia carioca.
Em 1964, vai morar em São Paulo e em 1965, estreia no grande festival da Record, a canção escolhida foi “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes. Eleita a melhor cantora do ano, ainda leva o Prêmio Berimbau de Ouro e o Troféu Roquette Pinto, e se consagra de vez.
Elis, em sua meteórica carreira gravou 30 discos, foi do samba, do rock e do sertanejo, se consagrando como uma das maiores intérpretes que o Brasil já teve, era um fenômeno da TV. Fez dueto com Jair Rodrigues e Tom Jobim, e outros. Em sua discografia, os álbuns: Ela (1971), Elis e Tom (1974), Falso Brilhante (1976), Essa Mulher (1979), Saudade do Brasil (1980) e Elis (1980) foram sucesso de venda. Como intérprete, cantou obras de Milton Nascimento, Belchior, Ivan Lins e João Bosco, fazendo imenso sucesso.
De pequena estatura, Elis tinha apenas 1,53m, ganhou o apelido de Pimentinha, do amigo Vinícius de Moraes. Era uma forma carinhosa que resumia a miudeza física com a personalidade forte e explosiva da cantora.
Com uma carreira meteórica que se deu quase inteiramente no período da ditadura militar no Brasil, Elis Regina desafiou várias vezes o regime, a canção “O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc, tornou-se hino da anistia e um dos maiores hits de Elis Regina.
Engajada politicamente, a intérprete se envolveu em polêmicas em meio ao regime militar e chegou a afirmar que o país era governado por ‘gorilas’. Mas, também foi criticada, como em 1972, quando cantou o “Hino Nacional” em um show nas Olimpíadas do Exército, Elis foi massacrada pela imprensa de esquerda, depois soubesse que ela havia sido forçada a cantar o hino.
Elis, deixou três filhos: João Marcello Bôscoli, Pedro Camargo Mariano e Maria Rita Camargo Mariano, e uma legião de fãs, suas canções e interpretações continuam vivas apesar dos 40 anos de sua partida, a lacuna da ida precoce não foi e certamente não será preenchida, sua voz única se imortalizou nos brasileiros/as.
E ela deixou um recado bem atual: que viver é sempre melhor que sonhar!
Fonte: https://www.ebiografia.com/elis_regina/
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