A UNIFAL-MG promove iniciação científica de estudantes da educação básica da cidade de Alfenas, por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica Júnior (BIC-JR). Este ano, uma das contribuições do programa foi a participação dos bolsistas do BIC-JR na 26ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e na 17ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG). Para a produção dos foguetes, a Instituição disponibilizou a impressora 3D e os laboratórios do curso de Física.
O lançamento dos foguetes ocorreu no dia 12/05, próximo ao campus Santa Clara. Para participar da OBA, foram selecionadas escolas parceiras da UNIFAL-MG no Programa de Residência Pedagógica (RP), por já estarem desenvolvendo o trabalho juntas. Os estudantes contaram com o auxílio dos residentes do curso de Física que atuam em cada escola. Na Universidade, a ação foi coordenada pelo professor Artur Justiniano Roberto Júnior, do Instituto de Ciências Exatas.
As escolas alfenenses que participaram do projeto foram as estaduais Judith Vianna, Samuel Engel e Dr. Napoleão Salles, as quais tiveram como responsáveis pela inscrição dos estudantes os docentes e preceptores do RP, Carla Maria Zandona Espíndola, Anderson dos Santos e Monique Marques de Brito, respectivamente.
Conforme explicado pelos docentes, as provas da OBA são destinadas aos alunos do ensino médio regularmente matriculados em qualquer série/ano, não havendo restrição do número de participantes por escola. Na MOBFOG, estudantes produziram foguetes de nível 4, que são de garrafas PET, movidos com vinagre e bicarbonato de sódio, e podem ser lançados por alunos individualmente ou por equipes de no máximo três alunos. Ao todo, 8 estudantes participaram do lançamento de foguetes. A data limite para a realização dos lançamentos dos foguetes da MOBFOG foi até dia 19/05.
Após o lançamento, os docentes responsáveis por cada equipe inserem os alcances de distância de cada foguete no sistema da MOBFOG. Em seguida, os alunos, professores representantes, diretores, bem como as escolas, recebem um certificado de participação do evento.
Na segunda fase, as três melhores equipes de cada escola, que lançarem os foguetes a pelo menos 100 metros de distância, são convidadas a participar das Jornadas de Foguetes na cidade de Barra do Piraí (RJ). Entre 20 e 31 de maio de 2023, a plataforma de inscrição para o evento estará aberta para o professor inserir o alcance dos foguetes dos alunos.
De acordo com a docente Monique de Brito, o interesse em inscrever os estudantes na OBA surgiu da vontade de que seus alunos tomassem conhecimento do assunto e pudessem competir em outras olimpíadas nacionais. Segundo ela, participar de eventos como este desperta o interesse dos estudantes para as diversas áreas da ciência.
“A OBA, por exemplo, envolve questões sobre Astronomia ligadas à Física, Matemática, Química; enquanto que a MOBFOG, por ser a parte prática da competição, pode despertar nos alunos o interesse pelas Engenharias, como a Mecânica, Aeroespacial, entre outras. Para minha prática docente, vejo que o ponto mais importante é poder contribuir para a educação científica destes alunos. Além disso, claro, o enriquecimento de minha experiência profissional em organizar e mediar tais competições”, relatou a Profa. Monique de Brito.
Segundo a professora Carla Espíndola, o apoio do Programa de Residência Pedagógica e da colega de profissão Monique de Brito foi fundamental na concretização do desejo de inscrição dos alunos na Olimpíada. “Já tinha esse desejo, mas com a pandemia acabei adiando. Com a Residência Pedagógica e as experiências da Profa. Monique, que já havia participado, nos sentimos mais motivados a participar. Com o apoio do Prof. Artur, concretizamos esse projeto”, disse.
Na oportunidade, o professor Anderson dos Santos destacou: “Ao meu ver, o principal objetivo da ação já foi alcançado, que é esse estreitamento entre as escolas e a universidade, além de alcançar uma boa marca e a possibilidade de participar da 2° fase da OBA e da MOBFOG”, salientou. “É muito comum ver a universidade na escola, porém esse processo inverso é muito importante para a formação dos nossos alunos”, completou.
Para o professor Artur Justiniano, a integração entre os estudantes de ensino médio e do ensino superior na produção do conhecimento é importante não só para a formação profissional dos futuros professores de Física, como também para os professores da escola. “O projeto é da escola, onde nós, da Universidade, apenas participamos com o apoio técnico e logístico. A ação é importante também para os alunos das escolas, que tiveram a oportunidade de participar ativamente de uma atividade de pesquisa e ensino de Física”, relatou.
Os estudantes e residentes
Já é o segundo ano de participação do bolsista Matheus Antônio dos Santos, da escola Napoleão Salles, que vê a Olimpíada como uma oportunidade de aprender e se aprofundar em outras matérias, como astronomia e astrofísica. “Eu me interessei pela OBA quando minha professora passou nas salas da escola divulgando e nos convidando a participar, como eu sempre me interessei pelo assunto, encontrei a oportunidade. Também participei da MOBFOG e saí muito bem, então a professora me indicou para ser bolsista do BIC Júnior”, salientou.
Na escola Samuel Engel, o estudante João Victor Andrade Galdino de Farias foi escolhido para ser bolsista. Para ele, a olimpíada é uma forma interessante e criativa de incentivar os estudos, além de gerar a curiosidade pela astronomia. “É também uma forma de sairmos dos padrões estabelecidos de estudo, pois vamos atrás de informações, dicas, tutoriais para produzir os foguetes, as bases e os pequenos artigos. Aprendemos mais com entretenimento”, destacou. “Eu adorei cada passo dessa missão, foi muito divertido criar meus próprios foguetes, lançar, ver eles voando. É muito satisfatório!”, exclamou.
O estudante Wesley de Souza Neves, do 2º ano do Ensino Médio da escola Judith Vianna, contou que participar da competição é desafiador e destacou a importância da ação para seu processo de aprendizagem. “Estudar os astros, as distâncias entre planetas, Lua, Sol e estrelas, aumenta meu nível de conhecimento e me ajuda a atingir minhas metas de estudo enquanto estudante”, disse. O estudante tirou a média 8.0 na prova teórica da OBA.
Além dos estudantes, os residentes também se entusiasmaram ao contar a experiência. O estudante de física José Guilherme de Azevedo Ramos, residente no Samuel Engel, relatou que se divertiu durante o processo. “Percebemos que até o melhor modelo teórico pode sofrer consequências com o mundo real e, às vezes, as coisas podem não sair como planejado, foi divertido. É gratificante estar com os alunos, criar este vínculo, trocar aprendizados”, destacou o residente.
O residente Cassiano Faria Inácio salientou a contribuição da ação na construção da relação professor/aluno. “Buscamos referências de foguetes da categoria na qual estavam participando, arrecadamos doações de professores para a compra do combustível para os foguetes, além de contribuirmos para a montagem das bases de lançamento”, relatou. “Isso mostra que, quando o trabalho entre docentes e discentes está alinhado, conseguimos resultados mais satisfatórios”, finalizou.
No dia 30/06, no site da OBA, serão divulgados os dos nomes dos ganhadores das medalhas da OBA e da MOBFOG 2023. Confira, abaixo, as fotos do lançamento dos foguetes.
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