João Alexandre
A conta é básica, se um festival teve a circulação de 25 mil pessoas durante três dias e cada pessoa gastou R$40,00 (quarenta reais) adquirindo alimentação ou bebida os números chegam às cifras de R$1.000.000,00 (um milhão de reais). Estudiosos e pesquisadores compreendem este conceito como economia criativa ou economia da cultura. Tão importante quanto à cafeicultura, a industrialização, o comércio, o setor de cultura e eventos é uma indústria de geração de renda que muitos desconhecem e não percebem, além do fomento ao turismo e aumento na arrecadação de impostos.
Estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e premiado sobre a Economia da Cultura Brasileira aponta que para cada R$1,00 (um real) de recursos investidos em cultura o retorno é de R$3,00 (três reais) na ação cultural desenvolvida. Entende-se por economia criativa desde apresentações musicais de artistas até o impacto na economia local como hotéis lotados, crescimento de vendas nas lojas de roupas e sapatos, movimento nos salões de beleza, manicures, postos de gasolina, motoristas por aplicativo, táxis, aquisição de produtos nos supermercados como carnes, gelo e bebidas, vendas no comércio local, tanto da economia formal, quanto da informalidade. Acrescenta-se a isto a contratação de mão de obra local para montagem e desmontagem de estruturas, técnicos de som e movimento em restaurantes e pesqueiros durante o período de um determinado evento.
Embora as atividades culturais sejam milenares e acompanhem a história da humanidade, foi na década de 1980 que o termo economia criativa começou a ser usado. A expressão foi adotada por Margareth Thatcher, quando era primeira-ministra da Inglaterra. Ela divulgou a época um relatório no qual reconhecia a importância e a força da cultura dentro do contexto econômico do país, setor econômico denominado como, quinário.
Segundo o SEBRAE, a economia criativa representa 3% do PIB Nacional, em um contexto mundial, a indústria criativa representa 10% do PIB Mundial.
A pandemia escancarou a crise no setor cultural, turístico e de eventos, por outro lado, podemos perceber a gama de trabalho e renda que estes setores impulsionam direta e indiretamente com a retomada de festivais em todo Brasil, tanto na iniciativa pública, quanto da iniciativa privada.
Que o pós-pandemia inaugure um novo paradigma na percepção desta indústria criativa, limpa, rentável e que nos libertou do confinamento pandêmico, afinal, como nos versos musicais de Ivan Lins “no novo tempo, apesar dos perigos, a gente se encontra cantando na praça, fazendo pirraça, pra sobreviver, pra sobreviver...”
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